A mobilidade é cada vez mais relevante mas a fibra continua a ser mais veloz
A fibra ótica é, e continuará a ser nos próximos tempos, a forma mais rápida e eficaz de enviar informação. A autoestrada por excelência com cada vez mais faixas de rodagem e com capacidade de velocidades quase infinitas.
Nesta comparação, por mais argumentos que surjam da parte de operadoras em países com uma penetração de fibra muito baixa (o que obriga a algum investimento para levar a fibra até casa, no processo conhecido como FTTH - Fiber To The Home), a fibra sai sempre vencedora.
Um estudo desenvolvido pela Wik Consult, "O Impacto Socioeconómico do FTTH", focado em dois casos de estudo (Suécia e Holanda) , demonstra que, mesmo nas zonas rurais, os ganhos com as ligações de fibra até casa trazem benefícios substanciais. Aliás, é nas zonas rurais onde atualmente a fibra não chega, que os utilizadores sentem maior necessidade.
Estão mais isolados, e há serviços como a monitorização médica à distância, por exemplo, ou o controlo das atividades agrícolas, que necessitam da velocidade da fibra.
Neste estudo da Wik Consult, de forma resumida, é comprovado com os casos da Suécia e Holanda que os utilizadores com acessos de fibra até casa (FTTH) são, em média, 11% mais ativos online. Vêm mais vídeos, ouvem mais música, interagem mais nas redes sociais, e estes valores acabam por contagiar também o nível de acesso via smartphones.
E, mesmo com a implementação da rede 5G, que irá permitir velocidades de transmissão de dados muito semelhantes à fibra atual, a ligação por cabo será sempre relevante para levar sinal até às zonas mais remotas, até ao ponto de acesso de antena para distribuição do sinal.
Obviamente, há vantagens nas redes sem fios, nomeadamente com a rede 5G que se aproxima a passos largos. E a maior delas está relacionada com o custo de instalação e, consequentemente, custo imputado aos utilizadores. Um tema que preocupa principalmente os operadores de países da Europa onde a fibra cobre apenas uma pequena percentagem do território, como é o caso da Alemanha.
Em Portugal, com a maior parte do território já cablado com fibra, o custo para os operadores é reduzido e é possível otimizar os investimentos graças à qualidade da fibra existente no território. No entanto, é incontornável a aposta na inovação da rede wireless, na rede 5G. É crucial para a Internet das Coisas e para garantir velocidades superiores a 1 Gbps em mobilidade.
Todas as Coisas ligadas à Internet, vão enviar dezenas de terabites de dados em tempo real e em simultâneo e precisam de uma ligação potente, com velocidades de transmissão superiores a 1 Gbps e com latência praticamente zero. Este tema da rede 5G é principalmente importante quando se fala das coisas em mobilidade, como é o caso dos carros autónomos. Um milésimo de segundo poderá ser a diferença entre evitar ou provocar um acidente grave. E, numa autoestrada com trânsito intenso, a rede precisa de dar resposta.
O mais recente caso de atropelamento do carro autónomo da UBER, ainda está por explicar mas, dificilmente, se poderá atribuir a uma câmara de vídeo o acidente. O mais provável será uma má interpretação dos dados ou um defeito na comunicação dos dados enviados pela viatura para a central e o regresso de uma ordem.
O factor Giga
Hoje em dia, o serviço tradicional de "até 100 Mbps" é claramente escasso e os consumidores queixam-se da velocidade baixa, do tempo que demoram a fazer download, ou upload de um ficheiro. E, graças a aplicações que permitem medir as velocidades, conseguem perceber as diferenças entre o seu acesso e o do colega do lado, que possui já 1 Gbps de velocidade com fibra até casa.
Portugal está entre os países com maior percentagem de penetração de serviço de fibra até casa ou escritório dos clientes. Mas, mesmo assim, ninguém chega ao verde, com a totalidade do território coberto. Por isso, é urgente apostar também na tecnologia 5G para garantir um serviço veloz em zonas remotas, onde a fibra tem um custo muito elevado.
De acordo com o estudo da OCDE, Portugal apresenta uma taxa de penetração da banda larga de 31,5% (acima da média da OCDE - 29,8%), embora se mantenha abaixo da média no que respeita à banda larga móvel (54,8%).
A penetração da fibra ótica em Portugal é a sétima mais elevada entre os países da OCDE e a penetração de acessos suportados em redes de televisão por cabo ocupa a sexta posição.
De acordo com a ANACOM, em 2016, o número de acessos à Internet em banda larga fixa cresceu 7,4%, atingindo os 3,38 milhões. A fibra ótica foi a tecnologia que mais contribuiu para o crescimento do número de acessos, tendo aumentado 30,4% ou 254 mil acessos em 2016.
Apesar do crescimento da fibra ótica, o modem cabo continua a ser a principal forma de acesso à Internet em local fixo, com 33,1%. A seguir à fibra ótica, foi a tecnologia que mais cresceu em 2016 (o número de acessos aumentou 5,4%).
Segundo os mesmos dados, no final de 2016, 43% dos subscritores do serviço de banda larga fixa tinham acessos com velocidades de download teóricas acima dos 100 Mbps. Sendo que, desde então, a aposta dos operadores tem sido na implementação da velocidade de 1 Gbps.
O lançamento do Fibergateway pelo MEO, o primeiro router português dualband (funciona nas frequências de 2.4 GHz e 5 GHz), é um sinal desta aposta.
Nos resultados da Altice Portugal, pode ler-se que "o crescimento da fibra voltou a acelerar no 4T de 2017, atingindo adições líquidas de clientes de 142 mil no ano de 2017 (incluindo migrações de tecnologia), aproximadamente o dobro do valor no ano de 2016, atingindo um recorde de 43mil novos clientes de fibra no 4T de 2017 (vs. + 29k no 4Tde 2016)". Um sinal claro da aposta feita na fibra como um dos principais veículos para fornecimento de serviços aos clientes.
Como é óbvio, para tirar partido da velocidade é preciso alinhar os astros. Equipamento que permita comunicar com as tecnologias mais recentes, um router de última geração e uma ligação de qualidade. Quebrar qualquer um destes factores altera os resultados da equação.
Ou seja, quando imaginamos um mundo de coisas a voar (drones, carros voadores...); carros autónomos, e todas as coisas ligadas, é facilmente perceptível que tudo te de funcionar através de uma ligação sem fios. Mas, para que o sinal seja devidamente distribuído, sem barreiras físicas, naturais ou construídas pelo Homem, é crucial a segurança e garantia da fibra ótica. Por isso, em vez de se falar de uma escolha, é obrigatório os operadores olharem para o tema como um desenvolvimento complementar.
Por esta razão, a Altice Portugal continua a investir na modernização da sua infraestrutura móvel, "atingindo uma cobertura de população de 97,5% em 4G no final de 2017", como se pode ler na divulgação dos highlights dos resultados da Altice Portugal para o 4T 2017.
Além disso, "a Altice Portugal está a preparar-se para o futuro e exemplo disso são os lançamentos de serviços em 4,5G/ 4G+ e a construção de novas parcerias para os serviços NR 5G NSA. Este investimento está a suportar o crescimento contínuo da base de clientes móveis pós-pagos do MEO".