Planeta Terra respirou durante a pandemia
Imagens de rios com águas límpidas, onde antes apenas se vislumbravam águas lodosas; cidades onde é possível ver que, afinal o céu é azul; animais selvagens a passear junto a zonas residenciais, em cidades; são apenas alguns exemplos do que ficará para a história deste período de isolamento social que o mundo conheceu em 2020. A par do espanto com a capacidade de regeneração do planeta ao fim de um mês de paragem, é preciso olhar para a frente e pensar que os países, as empresas, as pessoas, têm o futuro do planeta na sua mão.
Afinal, quando se discute a nível mundial a necessidade de implementar medidas drásticas, há uma coisa simples que todos podem fazer todos os anos para permitir que o planeta se regenere e vá ganhando fôlego.
As medidas definidas são cruciais para alcançar as metas de redução de carbono e as paragens regulares da indústria, transportes utilização de automóveis mostraram ter um impacto bastante grande e positivo no ambiente.
Fonte: https://earthobservatory.nasa.gov/
Estes resultados estão na mão de todos os países e se há lições a retirar desta pandemia, as precauções com o ambiente serão, talvez, as mais visíveis. O futuro ainda irá trazer muitas novidades no que respeita às causas e efeitos desta Pandemia, mas a nível ambiental há diversos sinais claros que a humanidade precisa abrandar o ritmo.
Alguns estudos mostram já que as atitudes individuais, mudança de hábitos, como optar por compras online, em vez das deslocações em massa para as realizar, contribuem muito para a redução das emissões. De acordo com um estudo da Accenture, a pandemia de Covid-19 está a alterar o comportamento do consumidor e a acelerar a transformação digital a nível mundial.
Neste estudo, a Accenture revela, por exemplo, que 64% dos consumidores afirmam estar focados em limitar o desperdício alimentar e que é muito provável continuarem a adoptar esta medida comportamental.
Compete também às empresas e aos Governos de cada país, e estratégias a nível europeu, para que seja possível adoptar medidas que visam alterar comportamentos de consumo e produção que direta ou indiretamente contribuem para a poluição ambiental.
Poluição e saúde
Na União Europeia, 6,5 milhões de pessoas adoecem anualmente devido à poluição do ar. Esta paragem durante o período de confinamento permitiu atingir valores de poluição bastante animadores com os sistemas de medição da qualidade do ar a provar que com pequenas medidas, como a redução de utilização de veículos automóveis e aviões, as emissões de gases nocivos reduzem substancialmente. A questão que se coloca agora é saber se no mundo pós-Covid-19 a humanidade irá realmente aproveitar para mudar comportamentos ou se, por outro lado, apenas se aguarda por uma oportunidade para regressar à "normalidade".
Fonte: https://earthobservatory.nasa.gov/
O ar que nos rodeia é constituído essencialmente por azoto e oxigénio, mas pode conter também partículas e gases poluentes. A Organização Mundial de Saúde identifica as partículas em suspensão, o dióxido de azoto (NO2), o dióxido de enxofre (SO2) e o ozono troposférico (O3) como os poluentes atmosféricos mais prejudiciais para a saúde humana.
Fonte: https://www.earthobservatory.nasa.gov/
É precisamente o NO2, o dióxido de azoto, cuja principal fonte de emissão é o tráfego rodoviário que mais tem visto os números baixar. Com as pessoas em teletrabalho, sem as filas de trânsito acumuladas nas grandes cidades (em especial no início da manhã e ao final da tarde) o ar ficou mais respirável e estes níveis devem ser aproveitados pelas cidades e pelos Governos para dar força a campanhas de sensibilização para que se reduza ainda mais os níveis de poluição que, em Portugal, contribuem para a morte de mais de seis mil pessoas.
Cidades onde os níveis de poluição são mais elevados têm sido apresentadas como aquelas que registam um número mais elevado de casos graves de infeção por Covid-19. Ainda há muito para perceber no que diz respeito a esta pandemia, mas sobre os benefícios para o ambiente restam poucas dúvidas.
No site da Agência Europeia do Ambiente é possível acompanhar a evolução da poluição por país e cidade e como o NO2 reduziu na maioria das cidades europeias durante o confinamento.
Os níveis irão ficar mais elevados à medida que os governos começam o processo de desconfinamento, mas será importante manter o foco nos números e registos para permitir à comunidade internacional agir de forma eficaz contra os principais focos de poluição.
Lisboa é a Capital Verde Europeia 2020 e durante este período de confinamento a redução dos níveis de poluição irá, certamente, contribuir para alcançar, e até mesmo ultrapassar as metas estabelecidas. De qualquer forma, restam poucas dúvidas sobre a importância das cidades adoptarem medidas de controlo para poderem responder a tempo e com medidas eficazes para combater os níveis de poluição.
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